Resumo
Pierre Bourdieu é conhecido como um dos mais importantes sociólogos do século passado. A apropriação da obra por diversas áreas do conhecimento e a utilização da teoria em diversas pesquisas tem propiciado uma miríade de publicações de toda ordem. O risco da proliferação de publicações é a de canonizar ou desprezar o autor. A fim de não incorrer nem em um lado nem em outro, Loïc Wacquant propõe a mimesis como um antídoto. Entende-se a mimesis como um processo ativo que pode tanto ampliar ou transformar o referencial ao qual se vincula. A partir da colocação de Wacquant, a proposta do presente artigo é compreender o modus operandi bourdieusiano. Para tal, se contextualiza os pontos principais da trajetória social do autor de maneira que oferte uma visão a respeito dos elementos que permitiram construir sua própria teoria. A compreensão do modus operandi atrai o entendimento sobre a noção de auctor e lector a fim de tecer algumas considerações a respeito dos desafios que o pesquisador e pesquisadora da obra enfrentam em tempo acadêmicos nebulosos. O estudo se apresenta na forma de uma pesquisa bibliográfica, cujo tom ensaístico advém da posição filosófica do qual se origina.
Referências
Antoine-Mahut, D., & Lézé, S. (Orgs.). (2017). Les classiques à l´épreuve, actualité de l’histoire de la philosophie. Editions des Archives Contemporaines.
Baring, E. (2011). The young Derrida and French philosophy, 1945-1968. Cambridge University Press.
Berlattol, F., Borges, V.P. & Grill, I. (2020). Apresentação. BIB, (93), 1-4.
Bourdieu, P. (1990). Coisas Ditas. (C. R. da Silveira & D. M. Pegorim, Trad.). Editora Brasiliense.
Bourdieu, P. (1996). Qu’est-ce que faire parler un auteur? À propôs de Michel Foucault. Sociétés & Représentations, (3), 13-18. https://doi.org/10.3917/sr.003.0013
Bourdieu, P. (1997). Méditations pascaliennes. Éditions du Seuil.
Bourdieu, P. (2001). Á contre-pente. Entretien avec Pierre Bourdieu. Vacarme, (14).
https://doi.org/10.3917/vaca.014.0004
Bourdieu, P. (2002). Entrevista. In P. Bourdieu, Pierre Bourdieu entrevistado por Maria Andréa Loyola. (pp. 13–56). EdUERJ.
Bourdieu, P. (2004) Esquisse pour une auto-analyse. Raison d’Agir.
Bourdieu, P., Schultheis, F. & Pfeuffer, A. (2011) With Weber against Weber: Conversation with Pierre Bourdieu. (Translate by Simon Susen). In S. Susen, & B. S. Turner. The Legacy of Pierre Bourdieu: Critical Essays (pp. 111–124). Anthem Press.
Bourdieu, P. (2015a). Secouez un peu vos structures! In P. Dubois, Y. Durand, & Y. Winkin (Orgs.), Le Symbolique et le social. La réception international de la pensée de Pierre Bourdieu. (pp. 343–359). Press Universitaires de Liège.
Bourdieu, P. (2015b). Sociologie Générale. Cours au Collège de France 1981-1983. Seuil/Raison d’agir.
Bourdieu, P. (2016). Sociologie Générale. Cours au Collège de France 1983-1986. (Vol.2). Seuil/Raison d’agir.
Bonnewitz, P. (2006). La sociología de Pierre Bourdieu. Nueva Visión.
Campos, L. A., & Szwasko, J. (2020). Biblioteca bourdieusiana ou como as ciências brasileiras vêm se apropriando de Pierre Bourdieu (1999-2018). BIB, (91), 1-25. https://doi.org/ 10.17666/bib9108/2020
Catani, A. M., Catani, D. B., & Pereira, G. R. M. (2001). As apropriações da obra de Pierre Bourdieu no campo educacional brasileiro através de periódicos da área. Rev. Brasileira de Educação, (17), 63–65. https://doi.org/10.1590/S1413-24782001000200006
Dortier, J-F. (2008). Les idées pures n’exitent pas. In: L.-J. Calvet, R. Chartier, P. Corcuff, M. Fournier, N. Heinich, B. Lahire, J-C. Marcel, O. Martin, X. Molénat, L. Mucchielli, F.d. Singly, A. Touraine, V. Troger, & D.Wolton, Pierre Bourdieu. Son oeuvre, son héritage. (pp. 7-16). Sciences Humaines Éditions.
Dosse, F. (1993). Historia do Estruturalismo: O campo do signo, 1945-1966. (A. Cabral, Trad.; v.1). Editora da UNICAMP.
Folscheid, D., & Wunwnburger, J-J. (2006). Metodologia filósofica. (P. Neves, Trad.). Martins Fontes.
Grenfell, M. J. (2004). Pierre Bourdieu: Agent Provocateur. Continuum.
Joly, M. (2015). Excellence sociologique et vocation d’hétérodoxie: Mai 68 et la rupture Aron-Bourdieu. Revue d’histoire des sciences humaines, (26). https://doi.org/10.4000/rhsh.2001
Lescourret, M-A. (2008). Pierre Bourdieu vers une economie du bonheur. Flammarion.
Medeiros, C. C. C. de. (2013). Pierre Bourdieu, dez anos depois. Educar em Revista, (47), 315–328. https://doi.org/10.1590/S0104-40602013000100017
Ortiz, R. (2013). Nota sobre a recepção de Pierre Bourdieu no Brasil. Sociologia & Antropologia, 3, 81–90. https://doi.org/10.1590/2238-38752013v353
Patrus, R., Dantas, D. C., & Shigaki, H. B. (2015). O produtivismo acadêmico e seus impactos na pós-graduação stricto sensu: uma ameaça à solidariedade entre pares? Cadernos EBAPE.BR, 13(1). https://doi.org/10.1590/1679-39518866
Ricoeur, P. (1994). Tempo e narrativa (tomo I). Papirus.
Schrift, A. D. (2006). Twentieth-Century French Philosophy: Key Themes and Thinkers. Blackwell Publishing.
Silva, J. R. Jr., & Kato, F. G. (2012). PNPG (2011-2020): certificação em massa, internacionalização e mercantilização do conhecimento. In J. R. Jr, Silva; A. M. CATANI, & V. J. CHAVES. Consequências da mundialização da universidade pública brasileira Pós-graduação, trabalho docente, profissionalização e avaliação. (pp. 11–28). Xamã.
Virilio, P. (2005). O espaço crítico e as perspectivas do tempo real. (P. R. Pires, Trad) Editora 34.
Wacquant, L. (2016). Quatre principes transversaux pour mettre Bourdieu au travail (L. Drouet, Trad.). Revue del’Institut de Sociologie, (86), 19–33. http://journals.openedition.org/ris/379
Worms, F. (2009). La philosophie en France au XXe siècle. Moments. Gallimard.

Este trabalho está licensiado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Copyright (c) 2021 Olga Nancy Peña Cortés